Wednesday, January 30, 2008

JEUNE HOMME TRISTe DANS UN TRAIN



A linha recta é uma invenção do sentido da visão humana sob o mandato do principio da simplicidade. É característica das formas feitas pelo homem, mas ocorre raramente na natureza, porque a natureza é uma configuração tão complexa de forças que a rectitude, o produto de uma força única, tranquila, raramente tem oportunidade de acontecer. Delacroix observava no seu diário, que a linha recta ou a paralela curva ou recta " nunca ocorrem na natureza, elas existem apenas no cérebro humano. Onde os Homens insistem em emprega-las os elementos corroem-nas"
é de alguém que não eu

Sunday, January 27, 2008

CASA ABANDONADA

Uma sala de jantar no último andar de um prédio alto. acho que se comia buffet, eu chateio-me com o empregado e atiro um prato enorme de metal ao chão que cai na carpete direitinho mas virado ao contrário, com a comida para baixo, e pego noutro prato e corro atrás do empregado para lho atirar, mas ele está longe eu eu canço-me e não tenho coragem de atirar o prato. Não estou com mais ninguém apesar do lugar estar cheio. Começo a fugir e meto-me no elevador e venho sem parar até ao rés do chão, estou super ansioso que me apanhem, saio do elevador e ainda ninguém sabe do que eu fiz lá em cima, começo a correr pelo Hall. Existem duas portas enormes de vidro, separadas por um espaço que forma uma pequena divisão, que dão directamente para o exterior. Está um senhor a porta que me abre a primeira destrancando-a no trinco junto ao chão e vai-me abrir logo de seguida a segunda porta que dá para a rua, eu corro sem parar desde que saio do elevador, atravesso as portas e estou na rua. Parece o chiado, começo a subir a rua, viro a esquerda e estou fora da cidade, e ao mesmo tempo dentro, vejo uns colegas da escola a irem em direcção a um descampado que tem muros a toda a roda, a fecha-lo, tem uma zona com bancos e uma janela no muro ao fundo atrás dos bancos, que é onde nós nos vamos sentar. Parece uma espécie de sala de aula de não sei o quê. Reparo que é só mulheres sentadas nos bancos, mas ao mesmo tempo está o Afonso com 3,4 anos muito perto de mim, e ao lado dele um miúdo também dessa idade que não sei quem é, mais afastado agora nos bancos está o João. Enquanto dura a aula trocam-se olhares entre as pessoas, descubro entre as mulheres a Sofia e sinto desejo, ou ela por mim. Ela tem um homem ao seu lado com o qual está a falar.
De repente vejo ao longe pessoas que tenho medo que me identifiquem com o jantar, eu acho que elas já me descobriram. Tento fugir chegando-me discretamente para a zona da janela, vou pedindo ás pessoas para trocarem de lugar comigo para me aproximar da janela que parece quando olho para ela um galinheiro com rede de arame, á frente da janela está o toni o antigo treinador do benfica, a quem eu peço que se afaste sem fazer perguntas, retiro a protecção da janela, olho para o outro lado e .... acaba

Saturday, January 12, 2008

ALEXANDER PLATZ


Esta praça deve ter sido um sitio onde se notava até há pouco tempo as marcas do comunismo. hoje apenas a grande antena de telecomunicações parece ser um símbolo desses tempos, e do meu.





No dia 25 de Dezembro vi na igreja MarienKirch, na alexander platz a oratória de Bach. a igreja estava cheia! era de borla. quando o padre começou, no fim do concerto vim.me embora e cá fora estava uma luz... e um senhor a tocar saxofone. estas fotos são dessa manha.

Friday, January 11, 2008

O desejo II

Hermético

É tão difícil saber escolher
Quando nunca é o suficiente
Aquilo que podemos ter
Escolher é perder
É dar um pontapé no ego
Para satisfazer o inconsciente
Que nos cega o deleite
Quando a vida se torna um enfeite

David Sobral

O desejo I


Que é feito então desse desejo?
Que acontece com cada um de nós, ilusórios sujeitos desse verbo/substantivo que faz pouco de nós? Não seremos antes objectos apaixonados de uma chama que nós atrai: esse desejo onde nos consumimos voluntariamente com vista a um prazer esperado onde viver passa a ter o sabor de morrer? que é feito então dessa esperança que sabemos por experiência ser um logro, dessa esperança tenaz, senão em nós próprios, pelo menos nos outros e que desafia a nossa razão? que é feito então da nossa confiança no nosso próprio desejo, que só medimos nos riscos que corremos de perder aí a nossa segurança, essa ilusão de ser, a que a nossa carne não pode aspirar? onde pode, pois, originar-se essa esperança de autenticidade do gozo que continuamos a esperar, já que, do desejo, nunca conhecemos senão um jogo em que as cartas estão sempre marcadas e os dados sempre viciados.

Françoise Dolto - No Jogo do Desejo

Friday, January 4, 2008


No outro dia ouvi uma história:
passou-se a(?) muito tempo em Portugal no interior.

Uma senhora e um senhor apaixonaram-se muito novos e onde viviam o homem não tinha grandes hipóteses de um bom trabalho por isso decidiram-se a mudar para Lisboa. Ela ficou na casa de uns familiares e ele numa pensão e arranjou trabalho numa firma comercial. Passado uns tempos ela adoeceu com tuberculose e foi internada. não podia receber visitas nem enviar cartas para o exterior por causa dos bacilos... o rapaz não sabia dela, se estava viva ou não e... passaram-se três anos.

o rapaz casou-se a pensar que ela tinha morrido.

passados três anos ela saiu do hospital e não sabia nada do homem. depois de uns tempos arranjou trabalho e um dia encontrou-o na rua, no meio de Lisboa.

ele tinha casado e tinha uma família e filhos e apesar disso passaram.se a encontrar quase todos os dias, e nas férias grandes ele, agora já um administrador da firma comercial, ia para o Algarve mais a família e alugava uma casa no mesmo sitio para a senhora e ela alugava o toldo ao lado dele na praia para se puderem ver e ao jantar a família ia sempre ao mesmo sitio jantar e ela ficava algumas mesas afastada.

e isto durou 50 anos

há (?) pouco tempo, ele morreu na cama de uma pensão onde se costumavam encontrar durante estes anos todos. ela sem saber o que fazer, telefonou ao marido de uma filha dele para tentar resolver a situação da forma mais discreta possível.

ela agora com perto de 70 anos ficou destroçada. não podia nem sequer ir ao funeral, pois o que faria a mulher do toldo do Algarve no funeral??

ficou-me esta história, ficou.me o tempo e o sentimento que aguenta o tempo

DESENHOS





de STREET ART OF BERLIM

Thursday, January 3, 2008

A MINHA GATA TEÓFILA



tenho esta gata (e ela têm-me) há não sei quantos anos... como mudamos de ano a pouco tempo pode ser há dezoito anos. eu tenho 31. vivi mais tempo da minha vida com ela do que sem ela.

O que me fez ficar com ela um dia há muito tempo foi ao ir para a escola ouvir um miado, procurar de onde vinha e ao pegar numa coisa muito pequena e sempre a miar ter-me mijado em cima! não podia ir para escola a cheirar a mijo... tinha que ir a casa trocar de roupa! já agora levo-te, como vingança.

ela mudou muito. hoje em dia quando vem gente cá a casa já não foge e fica tensa nem bufa as pessoas. agora deixa-se estar e por vezes até se roça!
vi-a a ter filhos, fugiu-me várias vezes. não a capei e tenho algum orgulho nisso. foi mudando os miares ao longo do tempo. viajou muito e conheceu muitas casas e pessoas adaptou-se sempre muito bem. Nunca conseguiu viver com outros gatos.

Acho que ela me ajudou muitas vezes que me sentia sozinho. foi companheira, e continua a ser, de muitas mudanças minhas. acho que de alguma forma me ajudou a ser mais carinhoso. Por vezes desespera-me com os miares e com a necessidade de festas e atenção e faz-me afasta-la e sentir-me com sentimentos de culpa por não ter disponibilidade para ela.

no fundo além de companheira ajudou-me a crescer.

a minha gata teófila.

Wednesday, January 2, 2008

berlim















uma viagem

alguêm dizia que uma viagem precisa de perigo, desconhecido, imprevisto e coisas que tais, se não, não era uma viagem. eu encontrei isso tudo dentro de mim em berlim.

o tempo de viagem é especial, necessita de uma liberdade e disponibilidade. não a levei para Berlim e não a encontrei lá.

choquei demasiadas vezes sem conseguir travar ou contornar os obstáculos. e provoquei acidentes graves.

os troncos e ramos das arvores secas e a espera dos primeiros sinais da primavera, que ainda vem longe, foram das imagens que mais me puxaram os olhos.

Tuesday, January 1, 2008

20088002



bom ano