Tuesday, January 4, 2011

Saturday, December 11, 2010

AMARELO inicio

Wednesday, September 9, 2009

4:33




gosto da solenidade
da liberdade
do humor
da seriedade
da competência
do amor

gosto de ti

Monday, September 7, 2009

dance dance dance

Sunday, August 2, 2009

drama em neon branco

Sunday, June 21, 2009

i love you roy

Sunday, May 10, 2009

sorrisos do mercador de afecto







Friday, May 8, 2009










Thursday, May 7, 2009

quando as águas do mar eram ainda águas sem medida revolvidas
e não como hoje são domésticas e mansas
quando os homens viviam na intimidade da sensibilidade e dilatavam
as narinas para aspirar profundamente o cheiro a suor
das mulheres quando após o esforço principia a arrefecer
e todas as palavras eram relativamente novas e caíam como pétalas
e não havia tantas tão miúdas minudências rodeando os corpos

Quando as raparigas punham todo o peso da sua esmagadora juventude
no pé e o pé no pó das antigas estradas a caminho das fontes
onde a água corria pelos vagarosos dias desse tempo
quando os cortesãos nos refeitórios de alto pé-direito e telha vã
renovavam as rosas do colar murchas com o calor
antes de cavalgarem toda a noite pelos campos até de madrugada
quando não só as salas mas as vidas não ficavam
de repente vazias de convivas
que temiam olhar uns para os outros e medir nesse olhar as dimensões da solidão

e só sentiam como algum remédio para essa solidão
abrir as salas aos nocturnos bois dos campos circundantes

estou tão aqui

i´m going

Sunday, May 3, 2009

prioridades

ver toda a filmografia deste senhor
gus van sant

MACAU 1999

UMA GUERRA DE COUROÇADOS EM ALTO MAR DO MEU LAGO INTERIOR
LINHA DE HORIZONTE BRANCA E NEGRA
CORTADA PELOS BEIJOS DOS TORPEDOS
ESPERO PELA MANHA E PELO NASCER DO SOL
AGUARDO-ME

Wednesday, April 29, 2009

caraças

Wednesday, April 1, 2009

tak

bem-vindo

Tuesday, March 31, 2009

keep on walking

Wednesday, March 18, 2009

cruzamentos 2

Tuesday, March 17, 2009

cruzamentos

Sunday, March 8, 2009

esta noite improvisa-se


Tuesday, March 3, 2009

AMS









Friday, February 13, 2009

redesenho


Tuesday, February 10, 2009

:)

que bom

Saturday, February 7, 2009

os assuntos

vai passar

eu fui À bola

Sunday, January 18, 2009

tv descolador

Sunday, January 11, 2009

Saturday, January 3, 2009

8 PARA 9





Monday, December 29, 2008

BOAS FESTAS

Tuesday, December 16, 2008

sorriso do mercador de afecto

queria o meu sorriso espelho de luz, os meus olhos pássaro em voo. queria abraçar.te e misturar a tua carne a minha de novo.
virgem
sonhos e negócios
eu merco o meu abraço em troca dos teus cabelos. aceitas?
quero ser negociante cigano do afecto, estar na feira e anunciar a todos o meu produto.
- o melhor que se pode encontrar na região.
- aproxime-se freguês experimente! olhe aqui para o espelho. fica-lhe bem sim senhora!!!
- leve dois e paga menos! leve um para a sua filha, não quer ?
- leve olhe que é da melhor qualidade! as grandes marcas vêm daqui! este é o excesso da produção!
- o que os ricos não querem! mas é igual ! leve que vai gostar!

Monday, December 15, 2008

O GRILO GATA

CASAS

ENTRADAS PARA CASAS

ESCADAS PARA AS PORTAS DAS CASAS

CASAS QUE FAZEM LIGAÇÃO POR DENTRO COM OUTRAS CASAS

CASAS ESCURAS

CASA ESCURA COM GRILO MORTO NA MESA

O GRILO FALANTE

O GRILO COM CABEÇA DE PEIXE

O GRILO GATA

Sunday, December 14, 2008

A Dependência

" Sempre que a tradição se retrai, somos obrigados a viver de forma mais aberta e reflexiva. Com mais discussão e diálogo, a autonomia e a liberdade podem substituir o poder oculto da tradição. Mas estas liberdades trazem consigo outros problemas. Uma sociedade que vive para lá da tradição e da natureza, como sucede em todos os países ocidentais de hoje, exige que sejam tomadas decisões, tanto na vida corrente como em todos os outros domínios. O lado escuro da tomada de decisões é o aumento das dependências e da repressão. Há aqui algo de intrigante, mas também perturbador. O problema está em parte confinado aos países desenvolvidos, mas começa a manifestar-se entre grupos afluentes de outras paragens. Estou a falar da ideia e da realidade prática da dependência. A noção de dependência costumava ser aplicada apenas aos casos de alcoolismo e de consumo de drogas. Mas agora qualquer domínio de actividade pode ser invadido por esta praga. Pode-se ser viciado, logo dependente, do trabalho, do exercício, da comida, do sexo e até do amor. E isto acontece porque estas actividades, e também outros domínios da vida, são agora muito menos estruturados pela tradição e pelo costume do que eram em épocas anteriores.

Tal como a tradição, a dependência quer dizer que o passado está a influenciar o presente; e, como sucede com a tradição, a repetição têm um papel fundamental. O passado em questão é mais individual do que colectivo, a repetição é motivada pela angústia. Eu diria que a dependência é um congelamento da autonomia. A dependência aparece quando a escolha, que deveria ser provocada pela autonomia, é subvertida pela angústia.
A medida que a tradição e os costumes se afundam à escala mundial, a própria base da nossa identidade - a consciência de quem somos altera-se. A identidade própria tem de ser criada e recriada numa base mais viva que antes.

Quando criou a psicanálise moderna, Freud pensou que tinha descoberto um processo científico para o tratamento das neuroses. Na realidade, o que fez foi construir um método de renovação da própria identidade, nas primeiras fases de uma cultura entregue a um processo de negação das tradições "

Anthony Giddens
O mundo na era da globalização

Friday, December 5, 2008

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Sunday, November 30, 2008

Across The Universe

PTA

Prioridade:

ver tudo deste senhor

Filmografia

Longa-Metragens

Clipes Musicais

Saturday, November 22, 2008

O TEMPO ENREDEMOINHA-SE NOS MEUS TORNOZELOS

Wednesday, November 19, 2008

as fotos do últimos dias






Monday, November 17, 2008

tem pinta esta miúda

Tuesday, October 28, 2008

os dois amigos

Thursday, September 18, 2008

AUTO-RETRATO PARADO

Monday, September 15, 2008

retrato a sorrir

Sunday, September 14, 2008

LONDRES

PARIS

Friday, September 5, 2008

mary go round - next stop LONDRES

Friday, August 29, 2008

SANTIAGO 6 - o numero da mão

SANTIAGO 5 - à porta :)

Wednesday, August 27, 2008

SANTIAGO 4

SANTIAGO 3

SANTIAGO 2

Monday, August 25, 2008

SANTIAGO 1

A primeira semana passou a correr
entre leituras sobre o labor o trabalho e a acção
a Teófila a adaptar-se
comidas copos e fumos
tv pc sms

compras, amigo, conhecidos

chove faz sol é de noite.

fotografas as caras, o corpo a pedra e a luz
e fica a sensação do incompleto.
gosto da polaróide, do flash, do momento.



Tuesday, August 5, 2008



Monday, August 4, 2008





vai a Gulbenkian 28 de Agosto

Monday, July 28, 2008

ecos de conversas ressoam-me no crânio
camisa aberta mais um botão para entrar o sol e o vento
arroz e viagem, atravessar o rio e dormitar

a esperança de que hoje já sou o outro, aquele que gostava de ser
e de quando em vez choco contra uma parede que me faz ver a cor do meu sangue e vejo quem sou, dorido e encolhido

há dias que sou uma ervilha pequena e verde
outros sou um balão cheio que baila ao sabor do vento agarrado ao dedo de alguém por uma guita fina quase invisível

Wednesday, July 23, 2008

boa viagem

A violência

Era mais ou menos frequente e normal ver pessoas magoadas ou feridas, doentes, amputadas, e por vezes mortas. Da mesma forma era algo quase normal ver alguém a bater em alguém: os pais nos filhos, familiares mais velhos a bater em mais novos, patrões a baterem em empregados, amigos a andarem à porrada por causa de mulheres ou por causa de qualquer outra coisa, mulheres a andarem à porrada por causa de homens, policias ou militares a baterem em miseráveis ou pobres indefesos.

Descobrir as brincadeiras com animais: para além das brincadeiras com algo velho ou mesmo com o lixo, as brincadeiras com os pequenos animais que existiam à nossa volta eram das melhores, mais divertidas e das mais sádicas diversões que tínhamos à disposição.

O peixe seco, ou a secar, que normalmente ficava em telhados de casas baixas, servia, entre outras coisas, para arremessarmos uns aos outros.

Os insectos: desde os louva-a-deus, até ás enormes baratas voadoras, passando pelas libélulas e pelas moscas e também pelos mosquitos, serviam para fazermos todo o tipo de judiarias de que nos conseguíssemos lembrar.

Entre outros animais maiores que agora não me recordo, haviam os gatos, os cães, os pintos, os patinhos e os frangos e galinhas, as tartarugas, os pássaros, os peixes dos escombros, que eram também vítimas da nossa mórbida intervenção. Desde lhes arrancar patas, até lhes atirar pedras, ou pizà-los, ou então enterrá-los, tudo valia.

Sim, lembro-me com alguma mágoa de ter morto dois gatinhos acabados de nascer à frente da sua inquieta e revoltada mãe, pizando-lhes a cabeça. Lembro-me de ter atirado as tartarugas de um vizinho contra pedras até sangrarem. Lembro-me de enterrar lindos patinhos, para descobrir, depois de os desenterrar, que haviam morrido.

Não era o único das crianças a fazer este tipo de crueldades, quer com animais, quer com outras pessoas. Jogávamos à pedrada, partíamos a cabeça uns aos outros.

Um dos meus principais companheiros de patifarias, o Sandro, por exemplo, atirou o seu lindo cachorro, ainda por cima o favorito dos dois cachorros irmãos que tinha, de cima do nosso prédio, do terraço. Isto para depois chorá-lo cá em baixo, com os vizinhos e outros curiosos à volta dos seus restos. O mesmo Sandro que comigo tentou cortar os fios do elevador na casa das máquinas do terraço. O mesmo Sandro que, tal como eu, chegou a andar à boleia pela cidade, ele com 5 anos e eu com 6, isto mentindo e dizendo: “a minha avó mora para ali”, ou “perdi-me da minha mãe, moro no bairro X”, e outras coisas do género.

A mulher “maluca”, aquela estranhíssima mulher com que nos metíamos, a insultá-la, às vezes até a puxar os poucos trapos todos rasgados que levava sempre vestidos, que, depois de ter dormido em tantos buracos sujos e no meio do lixo tantas vezes, acabou por ser levada, sem querer, por um camião do lixo, que a triturou. Lembro-me de isso ter causado alguma estranheza entre nós, às crianças da rua que a costumavam ver sempre pelas suas bandas.

O filho do homem que vendia mármore ao lado do nosso prédio (não me recordo do seu nome), que costumava brincar connosco, que perdeu as pernas num maldito engano do nosso elevador (normalmente não funcionava, e era também um sítio para nos brincarmos, e, daquela vez funcionou), e que nós, alguns de nós, ouvimos a gritar enquanto as perdia… Isso também foi algo forte.

A morte do pai do Adão e da Eva, casal de irmãos gémeos com que brincava muito, que era também pai de outro casal de gémeos, e de mais alguns filhos, doze no total. Este senhor vivia com a sua mulher e os seus doze filhos mesmo ao lado do nosso prédio, num simpática moradia, e acabou por morrer na praia de congestão, em frente da sua família, depois de ter salvo duas pessoas de morrerem afogadas. Isto também foi muito marado, não só para as crianças, mas também para os adultos, que gostavam muito de todos eles. Costumava brincar muito com os ditos gémeos, na sua casa: com os seus peixes, com as suas tartarugas, com os porcos que criavam, porcos esses que comiam os restos dos seus parentes cozinhados, coisa para mim algo estranha nessa altura.

Outra coisa nao muito vulgar foi o arremessar de um chumbo de pesca desde um terceiro andar até à cabeça de um gajo que não gostava, esse gajo era mais velho e costumava bater em alguns de nós, e acabou por nunca descobrir quem foi o culpado, e posso vos garantir que chorou e sangrou muito. Mesmo naquela altura não fiquei contente com o que fiz, muito menos agora.



Tuesday, June 10, 2008

a lua o sol as nuvens o céu a noite o cheiro o som
a luz a cor a imagem o perfil a silhueta o contra-luz
a raiva a dor a fuga a virgem
o estupor o doido o cadáver
a língua o fim
a ruiva a morena a preta
a orelha o chouriço a moeda e a garrafa
o liquido a toalha
o banco
e o fim?

a garça a graça
a imagem!

o preservativo o filho o medo
a infeliz e o jovem

os lábios e língua

a torneira
a agua

o verde
a relva

a psicóloga e os seus filhos
a parede a descascar

o vaso e a planta

o céu e as acácias
o preto o verde e o azul
a luz a crescer
o pai a mãe

a teofila

o riso e olhar triste o fumo e os dentes amarelos
a garça e a graça

o sono e o dia

Tuesday, May 27, 2008

L&L

A minha vida fita-me num bocejo, como uma enorme folha de papel em branco que deveria prencher, mas sinto-me incapaz de formar uma única letra. A minha cabeça é um salão de baile vazio, algumas rosas murchas e fitas engelhadas pelo chão, violinos quebrados a um canto, os últimos bailarinos tiraram as máscaras e fitam-se com olhos mortiços de cansaço. Eu viro-me, como uma luva, vinte e quatro vezes ao dia. Oh, bem me conheço, sei o que daqui um quarto de hora, daqui a oito dias, daqui a um ano vou pensar e sonhar. Meu Deus, que crime terei eu cometido para que me faças dizer a minha lição tantas vezes, como um menino de escola? Bravo Leôncio, bravo! (aplaude) Faz-me bem chamar assim pelo meu nome. Eh Leôncio, Leôncio!

Sunday, May 18, 2008

O VEREDITO


entre os festejos do Sporting, uma lua linda que me parece um olho a olhar por mim, sempre feminina, uma chuva leve e boa que humedece e lava sem apagar, cá estou eu. o veredicto foi decretado? a sentença foi lida? pelos barulho na rua parece-me que toda a gente acha que sim.
eu não quero ser um menino tolo, em que a vida não está nas minhas mãos, não quero andar a reboque das pessoas e dos acontecimentos. quero ser homem crescido
já me libertei deste julgamento? acho que sim em parte, a outra talvez me acompanhe sempre como uma segunda pele, e assim está certo. mas pelo menos sinto-me bem nessa pele, sinto que essa pele é minha.

a cova da lua