Monday, February 25, 2008

o Ilusionista induz-nos a ajudá-lo na metamorfose dos seus objectos
e depois espanta-nos com o que nós próprios criámos.
David Abam- A Magia do sensível



esculturas e mascaras no museu de antropologia em Berlim

Saturday, February 23, 2008

DESENHOS




(Entram Leôncio e Valério, que traz uma trouxa)


VALÉRIO (Ofegando): Por minha fé, príncipe, o mundo é um edifício de uma vastidão descomunal.

LEÔNCIO: Que nada! Que nada! Mal ouso estender as mãos, como se estivesse numa apertada câmara de espelhos, com medo de bater em todo o lado e ver as belas imagens feitas em estilhasos pelo chão e eu sozinho, diante da parede nua e fria.

VALÉRIO: Estou perdido.

LEÔNCIO: Ninguém perderá com isso, a não ser quem te encontrar.

VALÉRIO: Vou já pôr-me à sombra da minha sombra.

LEÔNCIO: Ao sol evaporas-te todo. Vês aquela linda nuvem lá em cima? Representa pelo menos a quarta parte de ti. Lá do alto ela contempla com satisfação a matéria bem mais grosseira de que és feito.

VALÉRIO: Nenhum mal vos faria à cabeça se vo-la tosquiassem e sobre ela fizessem cair, gota à gota, aquela nuvem. Que deliciosa ideia! Já atravessámos em corrida uma dúzia de principados, meia dúzia de ducados e dois ou três reinos, e isto na maior precipitação, em meio dia apenas. E porquê? Porque é mister ser rei e desposar uma linda princesa. E continuais vivo, num transe destes? Não compreendo a vossa resignação. Não compreendo a razão porque ainda não bebestes uma dose de arsénico, não trepastes ao parapeito de um campanário e não metestes uma bala na cabeça, tudo isto para não falhardes.

LEÔNCIO E LENA
Georg Büchner


Tuesday, February 19, 2008

there will be blood

Wednesday, February 13, 2008

EXTERIOR